Erradicada no país, Saúde alerta para risco de reintrodução da Poliomielite
Baixa cobertura tem preocupado especialistas; Campanha de Vacinação contra a doença encerra-se nesta semana, e município segue abaixo da meta
A Prefeitura de Artur Nogueira, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde, alerta a população sobre o risco de reintrodução da Poliomielite. Apesar da doença estar erradicada no país – sem casos registrados desde 1989, a baixa cobertura vacinal tem preocupado especialistas.
O risco foi sinalizado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), e repassado aos municípios pelo Governo do Estado de São Paulo. Desde então, os municípios, incluindo Artur Nogueira, têm feito uma força-tarefa para alcançar o público ainda não vacinado, por meio de horários ampliados nas salas de vacinas, Dia D, campanhas nas escolas e em eventos.
Segundo a coordenadora de Vigilância em Saúde, Milena Sia Perin, até a última quarta-feira (19), a cidade nogueirense havia imunizado 66,5% do público de 1 a 4 anos. A meta, no entanto, é vacinar 95% das crianças.
“A pólio pode causar paralisia irreversível e, em alguns casos, pode ser até fatal. Felizmente, a doença pode ser prevenida por meio da vacina. Por isso, o nosso apelo é que os pais e responsáveis vacinem nossas crianças e, dessa forma, as protejam”, enfatizou Milena.
A campanha nacional contra a pólio busca alcançar crianças menores de 5 anos que ainda não foram vacinadas com as primeiras doses do imunizante (que é aplicado aos 2, 4 e 6 meses de idade, via injeção intramuscular) e incentivar a aplicação da dose de reforço, que acontece por meio da conhecida gotinha.
Em Artur Nogueira, a vacinação contra a Paralisia Infantil acontece em oito salas de vacinas. São elas: Blumenau, São Vicente, Bom Jardim, Jardim do Lago, Sacilotto, Coração Criança, Teresinha Vicensotti e Espaço Mãe e Filho. Os pais e/ou responsáveis devem apresentar a carteirinha de vacinação no momento do recebimento da dose.
BRASIL – QUEDA NAS COBERTURAS VACINAIS
O Brasil em 1994, recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) a Certificação de área livre de circulação do Poliovírus Selvagem (PVS), juntamente com os demais países das Américas e vem empenhando esforços para alcançar a meta dos indicadores preconizados para manutenção do país livre da doença.
A partir de 2012, o país introduziu a vacina inativada poliomielite (VIP) e passou a realizar uma etapa de Campanha de Vacinação contra a Poliomielite e introduziu a Campanha Nacional de Multivacinação.
No entanto, mesmo diante dos esforços, desde 2016 tem sido detectada uma progressiva queda das coberturas vacinais para poliomielite, menores que 95% e heterogêneas, podendo levar à formação de bolsões de pessoas não vacinadas e possibilitar a reintrodução do PVS e o surgimento de poliovírus derivado vacinal (PVDV).
Este cenário foi intensificado no contexto da pandemia de covid-19, tanto no que se refere às baixas coberturas vacinais quanto ao alcance dos indicadores de Vigilância Epidemiológica das Paralisias Flácidas Agudas (VEPFA).
Esta situação contribuiu na classificação do Brasil como País de alto risco para a poliomielite segundo o relatório de 2021 da Comissão Regional de Certificação (CRC). Essa classificação tem como base os dados anuais monitorados e apresentados pelo país referente a VEPFA, vacinação e contenção laboratorial.
Os resultados mostram que o País apresenta aproximadamente 84% dos municípios classificados como de “alto risco” e “muito alto risco” para pólio. Desta forma, o Brasil se encontra entre aqueles países que apresentam maior risco para reintrodução do PVS e surgimento do PVDV.
As análises foram realizadas nos três níveis de gestão (nacional, estadual e municipal) para identificar e direcionar as ações necessárias para mitigar o risco de reemergência da poliomielite.
Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Artur Nogueira